quinta-feira, 29 de abril de 2010

Firmin

Firmin é uma ratazana que nasce na cave de uma livraria e que, por ser o mais fraquinho da ninhada, começa a devorar os livros que o rodeiam para compensar o pouco leite que consegue obter. No entanto, passa a querer ler os livros e começa a cultivar-se intelectualmente. Ele quer ler e aprender sempre mais.

Firmin vive no mundo da sua imaginação, conhece o mundo pelos livros, embora nunca tenha saído da livraria. Gosta dos humanos e gostaria de poder comunicar com eles para que vissem como ele é inteligente mas não consegue ir além de uns quantos guinchos...
Firmin é uma história belíssima, de amor à leitura e à vida, mas também de perda e solidão. Devora-se a leitura desta obra e, por vezes, quase nos esquecemos de que Firmin é um roedor, tal é o modo como nos arrebata e deixa rendidos ao seu carácter sonhador, dedicado e amoroso. Recomendo a todos os leitores!
Patrícia

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Rui Zink na Feira do Livro de Pombal

O escritor Rui Zink vai estar, a convite da K de Livro, na Feira do Livro de Pombal, no próximo Domingo, 2 de Maio, pelas 18h00, para apresentar o seu novo livro "O Anibaleitor", editado pela Teorema. À apresentação segue-se uma sessão de autógrafos.

Visite-nos na Feira do Livro de 2 a 9 de Maio e usufrua de descontos!

terça-feira, 27 de abril de 2010

O Coração é um Caçador Solitário

Carson McCullers foi um nome marcante da literatura do Sul dos Estados Unidos no século XX. Neste livro a autora fala-nos de Spiros Antonapoulos e de John Singer, dois amigos surdos-mudos e inseparáveis. Um dia Antonapoulos é internado num asilo e Singer fica por sua conta com a sua deficiência e a sua solidão. Isto vai provocar uma mudança radical na sua vida começando pela alteração da sua residência. Singer trava conhecimento com vários outros personagens que o tornam seu confidente e passam a considerá-lo imprescindível nas suas vidas.
Esta é uma história de inadaptados, de segregação racial, de solidões e incompreensões, de sonhos desfeitos e também de uma sociedade que reflecte os desconfortos individuais.
Escrita muito clara e simples, este é um livro de uma sensibilidade extrema e que nos fala de muitos problemas que se mantém actuais apesar de ter sido publicado em 1940.
Regina

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Uma noite não são dias


Mário Zambujal conta-nos a história de dois amigos passada no ano de 2044. Entre a contextualização das suas vidas, surge um roubo misterioso e o culpado é quem menos se espera, porque nem tudo o que parece é. É uma leitura muito divertida, se bem que nos pode fazer pensar bastante se considerarmos possível que o mundo evolua até ao retrato que nos é feito.

Obviamente com grandes avanços tecnológicos, 2044 tem várias diferenças face ao presente: mudanças ao nível das mentalidades e ao nível social. Fez-me estranhar alguns comportamentos dos personagens, mas fez-me acima de tudo sorrir várias vezes, pelas alusões à nossa actualidade e sua "futura" resolução, com um sentido de humor muito agradável.

Patrícia

sábado, 24 de abril de 2010

Sombras Queimadas

Kamila Shamsie foi, com este livro, finalista do Prémio Orange. Nele, conta-nos a história de Hiroko Tanaka, uma jovem professora que sobrevive à explosão da bomba de Nagasáqui. Tal sorte não teve o seu noivo, Konrad, cuja morte deita por terra os planos e sonhos de Hiroko. Ela parte, então em busca de mudança e também de esquecimento - espera que, ao afastar-se do local onde a tragédia ocorreu, se afaste também das recordações. Vai para a Índia, para conhecer a meia irmã de Konrad e aí começa uma nova vida, que ela estava longe de imaginar possível.

Com uma escrita acessível, propociona-nos uma visão geral de momentos históricos como a explosão da bomba nuclear em Nagasáqui e a partilha da Índia Britânica que separou Índia e Paquistão, bem como das respectivas questões políticas e religiosas.

Patrícia

terça-feira, 20 de abril de 2010

Prémio Reino de Redonda


Milan Kundera foi hoje galardoado com o Prémio Reino de Redonda. Este pretende distinguir o conjunto da obra de um escritor ou cineasta e tem o valor de 3000 euros. Curiosa é a atribuição de um título nobiliárquico fictício - Milan Kundera é agora, no contexto deste prémio, Duque de Amarcord.

Leia a notícia no Público.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Três Vidas ao Espelho

Manuel da Silva Ramos é um exímio utilizador da língua Portuguesa e isso fica bem patente na escrita deste seu novo romance. O tema é a emigração e o contrabando e o autor coloca-nos em vários locais-Beira Interior, Espanha, França, África- e também em várias épocas.Aí ficamos a conhecer os seus personagens, que foram todos afectados pela miséria vivida em Portugal e que a tentaram contornar de uma ou outra forma.
Este é um relato por vezes duro, outras vezes com muito humor, com frequência escatológico mas sempre muito real, do que foi vivenciado por uma grande parte da população Portuguesa e inclusivamente pelo autor. É um retrato em muitos aspectos actual e estas histórias confirmam-nos amiúde que o nosso país não mudou tanto quanto seria desejável.

Regina

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Novidades


Três mulheres poderosas
Marie Ndiaye

Prémio Goncourt 2009

Teorema






Falar é Fácil
Zé Diogo Quintela

Tinta da China







Como elaborar um plano de negócios
Brian Finch

Smartbook



quinta-feira, 15 de abril de 2010

Prémios

Estamos novamente numa fase de atribuição e anúncio de prémios literários importantes. Há dois dias foram conhecidos os prémios Pulitzer 2010 nos quais foi galardoado o livro Tinkers de Paul Harding na categoria de ficção; a revista Paris Review premiou Philip Roth pelo conjunto da sua obra e pelo seu importante papel na literatura mundial; foram conhecidos os finalistas do Prémio Impac Dublin e também já são conhecidos os nomes da short list do Lost Man Booker Prize.

Esta semana também, na passada terça-feira, morreu Jaime Salazar Sampaio figura de relevo da cultura Portuguesa: dramaturgo, poeta e romancista, foi ainda tradutor e animador cultural. Amplamente chorado pelas gentes do teatro, é considerado um dos grandes nomes da dramaturgia em Portugal essencialmente pela qualidade dos seus diálogos.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Manual da Escuridão

Este é um livro mágico. É mágico porque nos fala do mundo da magia-o seu protagonista é um mágico no apogeu da carreira, mas também a escrita nos deixa suspensos a cada linha e a amizade e o amor que nos narra têm efeitos mágicos nos personagens. Victor Losa está entre pares para receber os seus aplausos pelos seus feitos quando tem a primeira falha na visão. Progressiva mas muito rapidamente o seu mundo perde toda a luz e Victor tem pela frente uma nova vida na escuridão. Esta é uma escuridão física mas também psicológica pois perante esta situação o mágico fecha-se e isola-se do mundo. Irina e Alicia vão mudar o rumo da sua vida, no entanto, mais uma vez é Mario Galván que irá fazer a diferença.
O livro está dividido em duas partes: a primeira que nos fala da evolução na carreira do mágico bem como das figuras mais importantes do mundo da magia do século XIX e a segunda que relata os progressos alcançados pelo protagonista no caminho da autonomia como cego.
Escrita muito fluída e acessível mas de grande qualidade literária o autor transporta-nos para vários temas: a música, a entomologia ( as formigas têm um papel crucial na história ) e literatura sempre de forma interessante.
Enrique de Hériz, o autor, tem vários romances publicados dos quais está disponivel em Portugal "Mentira".
Regina

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Caminhos de Leitura


O 8º encontro de Literatura infanto-juvenil de Pombal irá decorrer nos dias 7 e 8 de Maio. Esta iniciativa terá lugar,como é usual, na biblioteca municipal de Pombal durante a Feira do Livro de Pombal. Esta estará aberta ao público de 2 a 9 de Maio, e a livraria K de Livro estará pela sétima vez representada durante estes eventos.
Entretanto, daremos notícia do programa com destaque para as actividades promovidas por nós.

sábado, 10 de abril de 2010

LeV


O LeV-Literatura em Viagem, encontro de escritores organizado pela Câmara Municipal de Matosinhos e Francisco Guedes, decorre este ano entre os dias 17 e 20 de Abril. Nele estarão presentes escritores de vários pontos do mundo e serão propostas várias mesas de debate com temas relacionados com literatura e viagens.
O LeV será ainda animado por exposições, workshops, teatro, cinema e música, lançamentos de livros...
Para quem estiver interessado há mais informação
aqui.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ilustrarte 2009 - 2























Wolf Erlbruch, um dos nomes em destaque na Ilustrarte, conforme referimos ontem, é um dos maiores ilustradores da actualidade, como se pode verificar nesta exposição. Nascido em 1949 na Alemanha começou por trabalhar em publicidade, no entanto a partir de 1974 começa a trabalhar como ilustrador e é na área da ilustração que recebe vários prémios.
Temos acima algumas fotos de trabalhos do autor expostos na Ilustrarte e para quem quiser saber mais pode aqui visitar o seu atelier.
Em Portugal, e disponível na K, está editado A Grande Questão da Editora Bruaá com ilustrações suas.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ilustrarte 2009














































Está patente até dia 18 deste mês a exposição Ilustrarte 2009 no museu da electricidade em Lisboa. Os nomes em destaque são a escritora Luísa Ducla Soares e o ilustrador Wolf Erlbruch. A mostra inclui ainda vários filmes com diferentes nomes ligados à ilustração e a exposição de trabalhos de ilustradores oriundos de todo o mundo. A acompanhar algumas ilustrações temos também os livros onde as mesmas foram incluídas, quase todos inéditos por cá.
É uma visita que se recomenda vivamente quer pelas muito diversificadas e belíssimas ilustrações que estão expostas, quer pelos livros que ,para além de muito artísticos,têm textos muito bonitos e emocionantes nalguns casos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Outono em Pequim

O 975 é um autocarro cujo destino é a Exopotâmia. É também o autocarro que Amadis Dudu apanha diariamente para ir trabalhar. Ana e Ângelo são dois amigos engenheiros, Rochela é uma mulher muito atraente e Manjamanga é um médico apaixonado por aeromodelismo.Todos estes personagens e outros mais que vamos conhecendo ao longo do livro, vão encontrar-se na Exopotâmia onde vão fazer parte da equipa encarregue de construir o caminho de ferro que irá fazer a ligação para este deserto. A construção vai avançando pelo meio de inúmeras peripécias e as mais diversificadas loucuras de cada um dos personagens.
Num cenário imaginário e perante personagens lunáticos, somos confrontados com o amor, a angústia, a mentira e um humor corrosivo. No estilo habitual de Boris Vian este é um livro de "non-sense" absoluto, o que não impede de no final termos uma história com pés e cabeça.
Regina

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Prova Oral na Antena 3


Hoje, entre as 19h e as 20h, na Antena 3, Fernando Alvim estará à conversa com José Ananda da Silva, Carlos do Amaral e Sérgio da Palma Vilão a propósito do seu livro Os Meus Medicamentos, da Texto Editores. O tema será a confusão entre informação e publicidade, no que diz respeito a medicamentos.

Se a conversa despertar o seu interesse, pode consultar o livro na K.

Novidades


O Anibaleitor
Rui Zink

Teorema








A Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata
Mary Ann Shaffer e Annie Barrows

Suma de Letras







D. Amélia
Isabel Stilwell

Esfera dos Livros





Disponíveis na K

sábado, 3 de abril de 2010

O Segredo do Papa-Formigas

Lamento mas não posso revelar o segredo do Papa-formigas... Mas que este é um belo exemplar de literatura infantil, disso não há dúvidas.

Escrito por Beatriz Osés, o que lhe valeu o prémio de Poesia para Crianças "Ciudad de Orihuela" 2008, e belissimamente ilustrado por Miguel Ángel Díez, este livro está cheio de pequenas histórias de animais cuja escrita é de uma grande leveza e naturalidade, com uma pitada de sentido de humor. Mas o melhor é mesmo virem cá ler um bocadinho. Para aguçar a vossa curiosidade, aqui fica:


O Problema dos caracóis


Enquanto lavam os cornos
e vestem o pijama
já nasceu o dia...
e não chegaram à cama.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mensagem do 2 de Abril de 2010 - Dia Internacional do Livro Infantil

Um livro espera-te. Procura-o
Era uma vez
um barquinho pequenino,

que não sabia,
não podia

navegar.


Passaram uma, duas, três,

quatro, cinco, seis semanas,

e aquele barquinho,

aquele barquinho

navegou.


Antes de se aprender a ler aprende-se a brincar. E a cantar. Eu e os meninos da minha terra entoávamos esta cantiga quando ainda não sabíamos ler. Juntávamo-nos na rua, fazendo uma roda e, ao despique com as vozes dos grilos no Verão, cantávamos uma e outra vez a impotência do barquinho que não sabia navegar.
Às vezes construíamos barquinhos de papel, íamos pô-los nos charcos e os barquinhos desfaziam-se sem conseguirem alcançar nenhuma costa.
Eu também era um barco pequeno fundeado nas ruas do meu bairro. Passava as tardes numa açoteia vendo o sol esconder-se à hora do poente, e pressentia na lonjura – não sabia ainda se nos longes do espaço, se nos longes do coração – um mundo maravilhoso que se estendia para lá do que a minha vista alcançava.
Por detrás de umas caixas, num armário da minha casa, também havia um livro pequenino que não podia navegar porque ninguém o lia. Quantas vezes passei por ele, sem me dar conta da sua existência! O barco de papel, encalhado na lama; o livro solitário, oculto na estante, atrás das caixas de cartão.
Um dia, a minha mão, à procura de alguma coisa, tocou na lombada do livro. Se eu fosse livro, contaria a coisa assim: «Certo dia, a mão de um
menino roçou na minha capa e eu senti que as minhas velas se desdobravam e eu começava a navegar».
Que surpresa quando, por fim, os meus olhos tiveram na frente aquele objecto! Era um pequeno livro de capa vermelha e marca-de-água dourada. Abri-o expectante como quem encontra um cofre e ansioso por conhecer o seu conteúdo. E não era para menos. Mal comecei a ler, compreendi que a aventura estava servida: a valentia do protagonista, as personagens bondosas, as malvadas, as ilustrações com frases em pé-de-página que observava uma e outra vez, o perigo, as surpresas…, tudo isso me transportou a um mundo apaixonante e desconhecido.
Desse modo descobri que para lá da minha casa havia um rio, e que atrás do rio havia um mar e que no mar, à espera de partir, havia um barco. O primeiro em que embarquei chamava-se Hispaniola, mas teria sido igual se se chamasse Nautilus, Rocinante, a embarcação de Sindbad ou a jangada de Huckleberry. Todos eles, por mais tempo que passe, estarão sempre à espera de que os olhos de um menino desamarrem as suas velas e os façam zarpar.
É por isso que… não esperes mais, estende a tua mão, pega num livro, abre-o, lê: descobrirás, como na cantiga da minha infância, que não há barco, por pequeno que seja, que em pouco tempo não aprenda a navegar.

ELIACER CANSINO
Tradução: José António Gomes


A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), difundida em Portugal pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil), Secção Portuguesa do IBBY.