
A todos um excelente 2010 cheio de boas
surpresas e, claro, boas leituras!
Após um ano de trabalho árduo e intenso, que culminou num mês de Dezembro exaustivo, mas gratificante, vamos finalmente ter tempo para pôr a leitura em dia!
Herta Müller, a quem foi atribuído o Prémio Nobel da Literatura deste ano, é uma autora pouco conhecida e editada entre nós, no entanto a atribuição deste prémio valeu a reedição do seu livro A Terra das Ameixas Verdes que se encontrava esgotado havia algum tempo. Aproveitando a oportunidade decidi travar conhecimento com esta autora e com a sua obra.
Tom Sharpe é, sem dúvida, um dos autores Britânicos com um sentido de humor mais desenvolvido. Autor famoso desde a "saga" Wilt, habituámo-nos a conviver nos seus livros com as situações mais caricatas e os protagonistas mais azarados que se possam imaginar. Neste livro deparamo-nos com a família Grope cuja particularidade é o facto de, ao contrário do que é comum, a linhagem ser de transmissão feminina e os homens que entram para o clã terem apenas finalidades procriativas. Ora esta família acaba de fazer uma nova "aquisição" masculina e ficamos a conhecer o protagonista e as aventuras da sua chegada à mesma da forma mais rocambolesca possível.
Do autor de "O Anjo mais estúpido" e "Minha besta", chega até nós "O Bobo", uma sátira à monarquia passada na época medieval, que não deverá ser lida sem que antes seja lido o aviso feito pelo autor no início do livro.
Retrato dos Estados Unidos do início do século XX feito por um carteirista a quem nos afeiçoamos esta história começa aquando do terramoto de 1906 em S.Francisco e atravessa, tal como o protagonista, as três décadas que se seguem.
Bernhard Schlink é um dos nomes cimeiros da literatura Alemã da actualidade e este livro é mais uma afirmação da sua excelente qualidade.
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História de Portugal
Fantasy Art Now
Dias felizes com Jamie Oliver
Este é o relato dos principais acontecimentos na Alemanha de Leste durante o mês que antecedeu a queda do muro de Berlim a 9 de Novembro de 1989. Descobrimos aqui a situação vivida na época segundo a perspectiva de vários elementos intervenientes directa ou indirectamente naqueles que foram os últimos dias da RDA. 
"O Espelho", da autoria de Suzy Lee, editado pela Gatafunho, transmite uma série de sentimentos fortes apenas através da imagem. Permite ao "leitor" interpretar a história à sua maneira e provoca a reflexão. Poderá ser interessante trabalhar com a criança no sentido de levá-la a explorar a imagem, decifrar sentimentos e emoções da personagem e definir uma linha para a história.
Disponível na K
Depressa, Devagar
Cá em casa somos...
William é um jovem oriundo da alta sociedade Londrina cuja vida ociosa e egoísta se cruza acidentalmente com a de Lorde Nantwich. Desse encontro surge uma relação e através dos diários deste último descobrimos a sua vida que atravessa o século XX - dos anos 20 a 1983, ano em que se passa a acção.
Este livro, premiado com o Orange Prize, passa-se no sudeste da Nigéria, entre os anos 60 e 70. A Nigéria tinha-se tornado independente da Inglaterra apenas na década de 60 e as fronteiras do país não foram definidas de acordo com territórios antigos, o que levou a que este país fosse povoado por diferentes etnias - os haúças, os fulanis, os iorubas e os ibos. Este facto era responsável por preconceitos mútuos e desentendimentos que levaram a vários motins e, ao fim de algum tempo, à Guerra Civil da Nigéria, desencadeada por uma revolta militar levada a cabo, maioritariamente por ibos, para exigir que o seu território (sudeste) fosse reconhecido como a República do Biafra, independente da Nigéria.
E há novas aventuras para conhecer, também em banda desenhada, escritas pela irmã de Geronimo - Tea Stilton. A história tem como protagonistas as 5 Tea Sisters, aspirantes a jornalistas, sempre atentas a novos casos para investigar!
Este é um pequeno livro que diz muito. Comecemos pelos autores: Silvina Ocampo e Adolfo Bioy Casares dois nomes de referência da literatura mundial do século xx.
Dulce Maria Cardoso é de entre os novos autores portugueses uma peça fundamental na literatura feita hoje em Portugal. O prémio que lhe foi recentemente atribuído pela União Europeia para a Literatura é apenas mais uma prova disso. O Chão dos Pardais é o novo título desta autora que é editada pela Asa e cujos anteriores livros têm vindo a ser reeditados. Esta não é uma escritora de quem possamos dizer que tem uma escrita acessível e fluída, no entanto este seu novo romance é de leitura mais simples do que os anteriores sem, apesar disso, deixar de estar bem escrito e nos contar uma história interessante. Esta é a história de Alice, Afonso, Sofia, Clara, Manuel e vários outros personagens que inicialmente julgamos não terem nada em comum, mas que a determinada altura percebemos serem os vários elementos da mesma história. Um aspecto interessante neste livro é a inserção das novas tecnologias na história, isto é, alternadamente com capítulos que podemos considerar de uma narração "normal", aparecem-nos outros em que a narração é feita via diálogo em MSN. Podemos considerar este um romance dos tempos modernos tanto pela sua forma, como por alguns temas abordados, nomeadamente a homossexualidade feminina, a imigração de Leste em Portugal, a insatisfação profissional das novas gerações, mas é também e essencialmente um conjunto de histórias de desamor (a vários níveis) e da impossibilidade da felicidade, num enredo que nos encaminha constantemente para o abismo.
A Guerra é para os Velhos




