Todos nós já ouvimos falar do excelente músico que é Leonard Cohen, o que poucos sabiam é que para além de reputado artista da música ele também escreve e muito bem. O Jogo Favorito é um romance originalmente publicado em 1963 e agora disponível em Portugal. Breavman é um jovem cujo percurso de vida vamos acompanhando desde a infância e o seu primeiro amor até à actualidade ( 1958 ) e a deriva total que atravessa. Oriundo de uma família judia Canadiana este poeta vive obcecado por Lisa, sua vizinha e amiga de infância, por quem continua a nutrir recordações ternas e eróticas. Também a sua relação com Krantz, outro amigo de infância, é crucial para Breavmen. Dividido entre uma mãe desequilibrada, uma amizade que, na sua mente, continua igual ao que era na sua adolescência e a recordação opressiva e deturpada de Lisa, o protagonista vive em fuga. Esta é uma fuga interior, uma fuga aos outros mas antes de mais de si próprio. Com muitas referências musicais da época e uma escrita muito poética este livro, que em várias ocasiões me trouxe à mente os temas abordados por Philip Roth, é um documento sobre as nossas obsessões mais íntimas e a desorientação que todos nós pontualmente já sentimos. O único reparo a fazer prende-se, mais uma vez, com os erros e gralhas que abundam ao longo do livro e que apesar de não nos impossibilitarem a compreensão da leitura, a tornam menos fluída e agradável do que deveria e poderia ser. Mas este é, infelizmente, um problema comum a muitas edições de traduções em Portugal.
Regina
Regina
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