Escrito com uma imaginação extravagante que tem nalguns momentos muito de picaresco, A Mulher do Tigre é composto por uma diversidade de figuras, histórias, lendas, tradições e superstições que nos dão conta da realidade dos Balcãs ao longo do século XX.
Num puzzle que é a ex-Jugoslávia, o elo de ligação de todas as peças é o duo avô/neta e a busca desta, aquando da morte do avô, pelo seu passado e a sua história.
A autora, Téa Obreht nasceu em 1985 na ex-Jugoslávia tendo partido com a família para os Estados-Unidos no início da guerra. Este romance é uma fábula sobre as guerras em geral e concretamente sobre o sofrimento vivido em Belgrado, mas também uma descoberta das raízes e da sua importância para a formação dos indivíduos como pessoas e cidadãos.
Repleto de pequenas histórias umas mágicas, outras dolorosas ou ainda delicadas e ternas, este livro -que foi Prémio Orange 2011 -é antes de mais uma história muito bem contada e cuja frase "No fim, tudo o que queremos é alguém que sinta a nossa falta quando chega a hora de nos enterrarem" que nos aparece de forma arrepiante quase no final, resume de certa forma toda a ideia do livro e, porque não, das nossas vidas.
Regina
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