Tal como nos indica a capa do novo romance de João Tordo, aqui fala-se de comunismo. De comunismo, de religião, de ideologias em geral, mas também de como as obsessões podem dominar as nossas vidas e de como todos os nossos actos, por mais inócuos que pareçam, têm consequências, algumas das quais jamais pensaríamos possíveis.
Para os leitores habituais deste autor Prémio Saramago 2009 o estilo não surpreenderá. Trata-se de um romance atravessado por várias questões filosóficas, em que o protagonista, um jovem e ambicioso jornalista, fica obcecado com a história de Catarina Eufémia-camponesa assassinada em 1954 aquando de um protesto pacífico e cuja memória permanecerá como a de uma mártir comunista; o editor deste é brutalmente agredido, o que vai desencadear uma série de suspeitas e pelo meio ainda há uma história de amor e desencontro.
Este é um livro em que a ditadura salazarista e a luta contra ela, seguida da revolução de Abril estão no centro da trama. É, sem qualquer dúvida, um livro político, que mete o dedo nas várias feridas do nosso passado recente como nação.
Regina
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